Há sete meses, o dia da Glória Mucavele, 64 anos de idade, começava antes do amanhecer. O ritual era sempre o mesmo: acender o fogão a carvão, lutar contra a fumaça espessa que invadia a sua casa de três divisões e arder, mas também gastava o pouco dinheiro que tinha para sustentar os seus 5 filhos e netos. “O carvão era um buraco sem fundo no meu bolso”, recorda. “O que gastava em duas semanas agora dura-me mais de um mês. A diferença é noite e dia.”
A mudança chegou através do projecto de Empoderamento das Comunidades (EC), implementado pela Livaningo no bairro da Matola A, zona do Lingamo, Município da Matola, Província de Maputo. Glória foi uma das primeiras a receber um “fogão melhorado”, uma tecnologia simples mas revolucionária que consome menos de metade do carvão e reduz drasticamente a fumaça tóxica.
Mas para Glória, a transformação foi muito além da economia. “Antes, cozinhar era um castigo. A fumaça queimava os meus olhos e a dos meus filhos. Agora, respiro melhor, a casa fica limpa e tenho tempo para outras coisas.” Esse tempo precioso é agora dedicado a partilhar a sua experiência com quem a rodeia.