Cerca de 100 mulheres que fazem parte de quatro asssociações agricolas beneficiaram no ano passado, de treinamentos sobre a produção de sementes e sua conservação. A iniciativa que visa apoiar grupos de mulheres camponesas em matérias sobre agricultura ecológica, liderança feminista, sistema de regadio gota-a-gota e empoderamento económico, surge no âmbito do rojecto “Cultiva Mulher”, implementado pelo consórcio Fommur e Livaningo, nos postos administrativos Sede e Chaimite no distrito de Chibuto, província de Gaza.
A assistente de programas da Livaningo, Marla Abgail, disse que, o projecto prevê beneficiar directamente cerca de 600 mulheres camponesas, raparigas que estejam fora da escola e mulheres com alguma deficiência. Falando especificamente da capacitação, Marla explicou que, durante o processo de produção de sementes, os campos destinados para a produção devem isolados de machambas com outro tipo de culturas.
“O tempo de maturação deve ser observado rigorosamente, para evitar a colheita antes do período ideal”, disse para depois acrescentar que, a secagem das sementes deve ser em lugar fresco e não ao sol como tem sido feito habitualmente. “Quanto a conservação, pode-se conservar em garrafas (plásticas ou de vidro), sacos herméticos (não permitem entrada do ar), e deve ser feita através de produtos naturais existentes nas comunidades, tais como folhas secas de eucalipto (secagem na sombra), dentes de alho e margosa.”
Maria Lhongo, idosa e mãe de cinco filhos, é camponesa desde que se tem como gente. Ela conta que, antes do projecto “Cultiva Mulher”, criava e vendia galinhas e cabritos para comprar junta de bois para lavrar o seu campo e adquirir sementes. Na machamba dependia apenas da chuva, porque não tinha outra alternativa. “Com o projecto Cultiva Mulher aprendi a fazer a conservação e produção da semente”. Maria garantiu que pretende transmitir a sua experiência para outras camponesas da sua comunidade.
Por sua vez, Celeste Chirindzana, 53 anos de idade e mãe de 3 filhos, natural de Munandine, assegura que criou e sustenta os seus rebentos através da produção agrícola. Antes da intervenção do projecto Cultiva Mulher em Chibuto, Celeste cultivava através de juntas de bois e produzia milho e feijão. Com o projecto aprendi como produzir adubos (compostagem), e já posso ensinar outras irmãs da comunidade.