Search
Close this search box.

 

 

 

Nenita António Assane 

Membro do grupo de poupança Mulheres Organizadas de Mahile

 

 

 

Nenita Assane mais conhecida por Josina, 43 anos de idade, natural e residente em Angoche, comunidade de Mahile, província de Nampula, casada, e mãe de 4 filhos, trabalha na empesa Mota-Engil como orientadora de trânsito nas obras e também preside uma associação denominada Mulheres Organizadas de Ophavela”. Sente-se empoderada financeiramente e respeitada na sua comunidade. No entanto, nem sempre foi assim.

Camponesa desde adolescência, Josina sempre trabalhou na machamba e quando casou apenas seguia as ordens do marido. A vida dela era machamba e tarefas domésticas e não havia sinais de desenvolvimento e harmonia familiar. Mas tudo mudou com chegada do projecto Promoção da Resiliência Climática e Igualdade de Gênero (RECIG) implementada pela Livaningo.  “Participei em vários treinamentos ministrados pela Livaningo que mudaram a minha consciência sobre assuntos ligados a advocacia local, activismo e violência baseada no gênero. As formações abriram minha mente sobre direitos, deveres. Já sei que os meus direitos como mulher devem ser respeitados e tenho meu espaço para expor os problemas que afligem a mim e as outras mulheres da minha comunidade.”

Antes dos treinamentos no âmbito do projecto RECIG Josina diz conta que no seio familiar a sua opinião não contava. “Meu esposo era quem sempre dava as ordens lá de casa, depois da colheita dos produtos da machamba, ele geria as vendas e a divisão do dinheiro não era justa. Ele ficava com a maior parte, mesmo cultivando junto, mas depois das formações decidi colocar em prática os conhecimentos adquiridos. Primeiro discutimos um mês para ele assimilar a situação, depois de tanto persistir, vejo mudanças. O dinheiro da machamba já dividimos por igual, ele já sabe que também pode ajudar nas tarefas domésticas e cuidar da casa, coisa que quase nunca acontecia.”

A transformação da vida da Josina foi mais longe quando após concertação com o cônjuge conseguiu uma vaga de emprego na construtora Mota-Engil Moçambique. “Devido a mudança de consciência, concorri para trabalhar na empresa Mota-Engil, que é responsável para asfaltagem do troço Nampula-Angoche. Cheguei a esta empresa quando eles fizeram o mapeamento das áreas onde seria feito o asfalto. No início, o trabalho era para o meu esposo, mas com a mudança de consciência que ele também está ter, ele deu-me prioridade para trabalhar. Até chorei de emoção, por saber que aquelas formações e discussões deram efeitos positivos na minha vida. Hoje sou trabalhadora da empresa Motangil, tenho a tarefa de bandeirolas. Estou muito feliz e grata pelos treinamentos que me emanciparam.

Josina refere que, as formações não só beneficiaram apenas a ela, mas toda comunidade. “Como membros do grupo, assim como líderes comunitários, temos a responsabilidade de expandir essa prática as outras comunidades vizinhas, porque juntos somos fortes e promovemos a mudança de comportamentos no seio da nossa comunidade.”

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *